Com sede em Portugal, o ano passado, existiam 469 mil empresas não financeiras em atividade, mais 3,1% do que em 2018, sendo que as microempresas representavam 89% do total e 16% do volume de negócios agregado, enquanto as grandes, representativas de 0,3%, geraram 42% do volume de negócios.
Estes são os mais recentes números do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta terça-feira, e que permitem traçar um retrato atual do tecido empresarial no nosso país.
A análise do regulador mostra ainda que três em cada quatro empresas pertenciam aos setores dos serviços: 23% ao setor do comércio e 52% ao conjunto dos outros serviços. O comércio agregava 38% do total do volume de negócios, seguido pelos outros serviços e pela indústria (25%, em ambos os casos).
Destaca-se ainda o facto de a maior parte das empresas tinha sede na região Norte (33%), na Área Metropolitana de Lisboa (33%) ou na região Centro (19%).
A Área Metropolitana de Lisboa era a região mais relevante em termos de volume de negócios (46%), seguida das regiões Norte (28%) e Centro (16%). A região Norte era a mais representativa no setor da indústria (51% das empresas do setor), agregando também uma parcela significativa das empresas da construção e do comércio (36%, em ambos os casos).
A Área Metropolitana de Lisboa agregava o maior número de empresas dos outros serviços (41% das empresas do setor) e o Alentejo o maior número de empresas da agricultura e pescas (32%).
“As estruturas empresariais por classes de dimensão, por setores de atividade e por localização geográfica não registaram alterações significativas comparativamente com o que se observava em 2018”, detalha o BdP, em comunicado.
Rentabilidade volta a diminuir
Segundo os dados do BdP, a rendibilidade do ativo (EBITDA em percentagem do ativo) das empresas não financeiras fixou-se em 7,5%, menos 0,3 pontos percentuais (pp) do que o observado em 2018.
A rendibilidade dos capitais próprios (resultado líquido em percentagem do capital próprio) apresentou uma redução de 1,1 pp no mesmo período, situando-se em 7,2% em 2019.
Já a autonomia financeira (capital próprio em percentagem do ativo) aumentou 1,3 pp, para 36,5%, em 2019, e o peso dos financiamentos obtidos no ativo desceu 0,7 pp, para 33,3%.
O custo da dívida (gastos de financiamento em percentagem dos financiamentos obtidos) permaneceu idêntico ao do ano anterior, situando-se em 3,2%.
O rácio de cobertura de gastos de financiamento (EBITDA / gastos de financiamento) e o rácio de financiamentos obtidos sobre o EBITDA mantiveram-se nos valores do ano anterior, 7,1 e 4,4 respetivamente.
Por último, em termos de indicadores de risco, em 2019, verificou-se uma redução das percentagens de empresas com capital próprio negativo (-0,9 pp, para 25,5%) e com gastos de financiamento superiores ao EBITDA (-0,3 pp para 14,2%).
Contudo, ressalva o regulador, observou-se um aumento das percentagens de empresas com EBITDA negativo (+0,2 pp, para 31,1%) e com resultado líquido negativo (+0,2 pp, para 37,0%).
Fonte: executivedigest.sapo.pt, 10/11/2020