Segundo o Banco de Portugal, são realizadas mais de 100 milhões de transferências bancárias por ano em Portugal. Este tipo de pagamento representa mais de 50% do total das operações de pagamento. Mas, com tantas transações, é normal que possam existir erros nos destinatários. Assim, descubra como poderá cancelar uma transferência bancária.
As transferências bancárias têm mecanismos de segurança?
Sim, as transferências bancárias têm dois mecanismos de segurança que evitam a transação de dinheiro para outro beneficiário que não o desejado.
Por um lado, o próprio IBAN detém um sistema de segurança, que se traduz nos últimos dois dígitos. No entanto, estes podem ser iguais aos de outro IBAN, levando a que este mecanismo de segurança não funcione se introduzir um IBAN com números de segurança igual ao que queria digitar.
Por outro, tanto ao balcão como através do Multibanco, o consumidor consegue saber o nome do beneficiário antes de concluir a transação. Caso faça uma transferência via homebanking, esta informação não é disponibilizada.
No entanto, mesmo com estes dois métodos de segurança adicionais, é possível transferir o montante para o destinatário errado e, neste sentido, é importante saber como cancelar uma transferência bancária.
Cancelar uma transferência bancária só se apercebendo do engano após a transação
As transferências bancárias são procedimentos regularmente utilizados pelos portugueses que possuem uma conta bancária, uma vez que são fáceis de realizar e podem ser feitas de várias formas: através do Multibanco, de homebanking e do balcão da sua instituição financeira.
No entanto, é preciso atentar nos custos das transferências: ao balcão estas têm custos elevados, sendo que pelo Multibanco e via homebanking, por norma, são gratuitas (salvo se forem transferências interbancárias). É normal que os portugueses prefiram utilizar os métodos gratuitos, embora possam não ter mecanismos de segurança associados (como é o caso do homebanking).
Imagine que faz uma transferência para um amigo pelo homebanking e, por erro, coloca um dígito diferente, levando a que a operação seja feita para outro beneficiário. Se a ordem for aceite, mas reparar nisto de imediato, então conseguirá facilmente cancelar, uma vez que as transferências não são efetivadas de imediato, existindo um período de tempo em que é possível reaver o seu dinheiro. Basta entrar em contacto com o seu banco ou instituição financeira e explicar o sucedido, para que este(a) cancele a transação.
Cancelar uma transferência bancária caso não perceba o erro de imediato
É possível não reparar de imediato que se enganou no destinatário da transação, seja por estar com pressa e por isso efetuou a transferência rapidamente, seja por não existir nome do beneficiário nas transações através de homebanking.
Portanto, pode dar-se o caso de realizar a transferência, a ordem ser aceite, o montante ser transferido e só reparar dias depois. Embora a resolução desta situação seja um processo mais moroso, conseguirá também cancelar a transferência bancária.
Neste caso, não se trata exatamente de cancelar uma transferência bancária, mas sim de uma devolução do montante enviado erradamente para um destinatário. O primeiro passo é contactar imediatamente a entidade financeira quando se aperceber do erro.
A instituição bancária, por sua vez, irá entrar em contacto com o destinatário ou com a entidade que tenha recebido o montante que transferiu. Se tudo correr bem, o recetor do valor irá devolver o dinheiro sem quaisquer problemas e a questão ficará resolvida.
Mas é ainda possível que o beneficiário não aceite devolver o montante em causa e, assim, terá de recorrer à via judicial. Este processo é mais demorado e acarreta custos, mas o mais provável será reaver o seu dinheiro, uma vez que o destinatário terá de justificar de onde vem o mesmo e não saberá como o fazer.
Cancelar uma transferência bancária pode ser um processo fácil, mas caso não repare a tempo, poderá causar-lhe muitas dores de cabeça. Como tal, o ideal é mesmo é verificar se introduziu corretamente o IBAN de destino e, após a transferência, confirmar novamente que não existiu nenhum erro.
Fonte: executivedigest.sapo.pt, 1/9/2019