associação comercial e industrial de arcos de valdevez e ponte da barca

Escolha o seu idioma

Descoberto bancário: o que é e cuidados a ter

in Notícias Gerais
Criado em 20 novembro 2018

Em situações de aperto, o descoberto bancário pode ser uma solução, mas é garantido que vai ter custos. Conheça as condições desta opção.

Por muito organizados que sejamos no pagamento das contas ou por mais poupanças que façamos todos os meses, situações imprevisíveis podem acontecer a qualquer um, obrigando a recorrer ao descoberto bancário. Nem sempre é possível chegar ao fim do mês com um saldo confortável para alguma eventualidade.

Se, por exemplo, de repente o carro avariou e precisa de arranjo urgente e não tem nenhum dinheiro de parte para fazer face a essa despesa inesperada, vai ter que pagar através da conta corrente. Isso pode significar que vai gastar mais do que o que tem ao dispor e a conta fica a descoberto. Quando o banco permite que o cliente levante dinheiro ou faça pagamentos a partir da sua conta à ordem quando já não tem fundos disponíveis estamos a falar de descoberto bancário.

TIPOS DE DESCOBERTO BANCÁRIO

Existem dois tipos de descoberto bancário: o autorizado e o não autorizado. Explicamos as características de cada um deles, sendo certo que ambos implicam o pagamento de juros e taxas.

DESCOBERTO BANCÁRIO AUTORIZADO

Também conhecido como facilidade de descoberto, o descoberto bancário autorizado pressupõe, tal como a palavra indica, que o banco autoriza o cliente a ter a conta a negativo se precisar de usar mais do que o saldo disponível.

Esta autorização é feita antecipadamente, aquando da abertura de conta, através da assinatura de um contrato (separado do contrato de abertura de conta). Neste documento está definido o montante que será possível ter a descoberto. Se for uma conta ordenado, normalmente, é o valor do salário.

Sempre que usar a opção do descoberto bancário autorizado, incorre no pagamento de juros, cujo valor consta do contrato e depende do tipo de conta que tem. Entre a data de utilização do crédito e o seu reembolso são contados juros diários, que serão cobrados de uma só vez quando voltar a ter dinheiro na conta. Acrescenta a isto o Imposto de Selo.

DESCOBERTO BANCÁRIO NÃO AUTORIZADO

O descoberto bancário não autorizado acontece quando o cliente deixa o saldo da sua conta à ordem ficar negativo, obrigando o banco a cobrir despesas que possam surgir. Por exemplo, se tiver acionado o débito direto para pagar a conta da água ou da luz e não tiver dinheiro, ou passar um cheque sem cobertura. O banco aceita pagar o valor, mas fica com um descoberto bancário não autorizado, também conhecido como ultrapassagem de crédito.

Na verdade, trata-se de um crédito espontâneo que o seu banco lhe dá, sem que tenha sido previamente contratado, e que permite que o cliente aceda a fundos que excedem o saldo da conta ou o limite máximo do descoberto autorizado (acordado entre as partes). Nesta opção não existe um contrato, pelo que o banco pode negar-se a cobrir o valor extra que precisa.

O descoberto bancário não autorizado tem custos que podem ser superiores ao autorizado, nomeadamente, no que diz respeito à taxa de juro aplicável. Deve consultar o seu banco para saber quais os custos associados.

CUIDADOS E DICAS

Os descobertos bancários podem ser uma ferramenta útil em momentos de aperto, mas deve ser prudente no seu uso, uma vez que implicam custos. Assim que cair dinheiro na sua conta, para além do valor que deixou a descoberto, vão-lhe ser debitados todos os juros e taxas associadas.

Faça as contas para perceber se terá fundos suficientes no mês seguinte para cobrir estas despesas. Esta opção deve ser usada com moderação para que não entre numa espiral de sobreendividamento.

Se usa o descoberto bancário autorizado com alguma frequência, informe-se sobre as comissões e juros. As contas-ordenado, por norma, têm melhores condições do que as normais contas à ordem.

Tenha em atenção que, no caso de um descoberto não autorizado, a cobrança de dívidas pode passar para a via judicial e o processo acrescentará ainda mais custos. Para além disso, corre o risco de ficar com o registo negativo no Banco de Portugal, o que pode dificultar o acesso a empréstimos, por exemplo.

Caso apareça uma despesa inesperada, pondere usar antes o cartão de crédito, com pagamento a 100%. Como os cartões de crédito têm um período, entre os 20 e os 50 dias, de crédito sem juros, pode evitar este custo resolvendo na mesma o seu problema.

Fonte: e-konomista.pt, 20/11/2018