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4 conselhos para sair do sobreendividamento

in Notícias Gerais
Criado em 16 novembro 2018

Se precisa de reorganizar as suas finanças pessoais, seja para sair de uma situação de sobreendividamento, seja para gerir dívidas, leia estes conselhos.

Se se encontra numa situação de sobreendividamento e, por isso, incapaz de continuar a pagar as prestações dos créditos que contraiu, então é altura de procurar uma solução. Não adie a resolução do problema, pois pode correr o risco de ter de enfrentar um processo de insolvência e, desta forma, ver os seus bens apreendidos e vendidos para amortizar as dívidas contraídas junto dos credores.

Portanto, nesta fase, não importa quão grande é o problema, estar informado é a melhor forma de lidar com ele. Assim sendo, partilhamos consigo algumas das soluções ao seu dispor para enfrentar este momento crítico da sua saúde financeira.

COMO SAIR DE UMA SITUAÇÃO DE SOBREENDIVIDAMENTO?

  1. SOLICITAR RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS

Atrasos nos pagamentos, incumprimento regular do pagamento das prestações devidas ou situações que já envolvem questões jurídicas. Seja qual for a sua situação, opte, em primeiro lugar, por contactar o seu banco no sentido de perceber a possibilidade de renegociar a(s) sua(s) dívida(s) e contrariar a tendência de sobreendividamento.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 227/2012 de 25 de outubro, o Banco de Portugal disponibiliza mecanismos de apoio para aqueles cidadãos que se encontram em risco de endividamento ou já numa situação de incumprimento, nomeadamente:

PARI – Plano de Ação para o Risco de Incumprimento

PARI é uma plano de prevenção no que diz respeito ao risco de incumprimento bancário, o qual prevê um conjunto de procedimentos que, quando adotados, visam o acompanhamento da concretização dos contratos de crédito e a gestão de situações de risco. Alguns desses procedimentos são os seguintes:

  • Alargamento de prazos;
  • Redução das taxas de juro;
  • Períodos de carência, entre outras possibilidades.

Para que o seu caso seja avaliado ao abrigo do PARI terá de apresentar motivos válidos que o levam a estar em risco de incumprimento.

PERSI – Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento

PERSI é outro dos mecanismos que é posto em ação após um determinado período de tempo em que o cliente se atrasa no pagamento das suas obrigações. O principal objetivo deste mecanismo de apoio é evitar que cliente e instituição bancária tenham de encaminhar o caso para tribunal, evitando burocracias e garantindo, assim, uma maior agilidade no processo de renegociação do crédito.

Tal como no PARI, o banco apresentar-lhe-á uma proposta de consolidação interna, com condições específicas para enfrentar os seus problemas bancários.

De acordo com a informação disponibilizada no Banco de Portugal, é à entidade credora que compete iniciar o PERSI, e é obrigada a fazê-lo:

  • Mal o cliente o solicite;
  • Entre o 31º e o 60º dia após o cliente entrar em situação de incumprimento;
  • Quando o cliente se atrasar no pagamento das prestações, caso já tenha alertado o banco para o risco de incumprimento.
  1. JUNTAR CRÉDITOS

A vantagem de recorrer à consolidação de créditos é aliviar o seu orçamento mensal, permitindo que sobrem alguns euros para as restantes despesas, para uma margem de poupança ou para sair de uma situação se sobreendividamento.

Assim, sendo, se está a pagar crédito habitaçãocrédito automóvelcartões de crédito ou mesmo um crédito pessoal, juntar créditos num só poderá ser a solução para o seu caso. E porquê?

Menor prestação mensal

No crédito consolidado todas as suas prestações mensais ficam agregadas numa só, logo a mensalidade deverá ser inferior ao somatório de todas as outras que estavam dispersas. Além disso, a consolidação permite o alargamento do prazo de pagamento do empréstimo e até, possivelmente, ficar a pagar uma menor taxa de juro. Porém, importa sublinhar, o custo total do crédito será maior.

Uma única prestação num dia fixo do mês

Ter prestações dispersas é, muitas vezes, a principal causa para o descontrolo total do seu orçamento mensal. Pagar uma única prestação num dia fixo do mês poderá ajudar (e muito) na reorganização das suas finanças pessoais.

Ter um único credor e poupar em comissões

Os custos avultados com comissões são outro dos encargos dos quais se verá livre quando junta créditos. Isto porque, com a dispersão de empréstimos, está a pagar várias comissões bancárias por manter várias contas separadas nos bancos onde contraiu crédito.

  1. CONTACTAR PROGRAMAS DE APOIO ESPECÍFICO

Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (RACE)

Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (RACE) é um mecanismo de apoio extrajudicial, de acesso gratuito, que disponibiliza informação, aconselhamento e apoio aos consumidores em risco de endividamento ou já numa situação de incumprimento.

A RACE engloba uma vasta rede de entidades distribuídas a nível nacional – reconhecidas pelo Banco de Portugal e pela Direção-Geral do Consumidor -, que podem ser consultadas no Portal do Consumidor e no Portal do Cliente Bancário.

As entidades que integram a Rede têm por função:

  • Informar os consumidores sobre os seus direitos e deveres em caso de risco de incumprimento do contrato de crédito;
  • Apoiar os consumidores na análise das propostas apresentadas pelas instituições de crédito no âmbito dos procedimentos previstos no Decreto-Lei nº 227/2012;
  • Acompanhar os consumidores em sede de negociação entre estes e as instituições de crédito;
  • Prestar informações em matéria de endividamento e apoiar os consumidores na avaliação da capacidade de endividamento.

APOIARE

APOIARE presta apoio ao nível da ajuda técnica especializada no endividamento. Como é uma associação sem fins lucrativos, todos os serviços são prestados de forma confidencial e gratuita.

DECO

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) também pode ajudar através do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado. Este programa de apoio prestar-lhe-á informação e aconselhamento quer ao nível da gestão do orçamento familiar, quer na negociação junto de credores.

  1. POUPAR

A poupança continua a ser uma forma de acautelar qualquer situação de sobreendividamento. Defina objetivos e opte por começar a amealhar para não ter de pedir (mais) dinheiro emprestado.

O cenário ideal seria conseguir fazer um pé-de-meia com 10% do seu ordenado mensal, até para fazer face a imprevistos como uma doença súbita, um acidente, uma eventual situação de desemprego ou mesmo despesas extras não calculadas.

Além disso, pondere adotar comportamentos diferentes na gestão das suas despesas domésticas, com vista a reduzir, por exemplo, a conta da eletricidade, da água, telefone e gás. Elabore um orçamento mensal para ter uma noção global das suas despesas e tente cortar no que é dispensável.

Fonte: e-konomista.pt, 16/11/2018