“sempre gostei mais de contactar com os meus clientes em vez de estar fechado no escritório”

Darlindo Campos é o diretor da Bricelta, empresa de café que exporta para todo o mundo, cuja sede é em Arcos de Valdevez. Empresário maduro e com visão, trabalha neste ramo há 52 anos e afirma que a base do negócio sempre foi a boa organização, baseada numa sólida estrutura familiar e numa excecional cooperação. Consciente de um mundo em constante evolução, sempre se tentou adaptar às diferentes realidades, o que fez com que a empresa crescesse e empregue atualmente 13 pessoas.

A Bricelta tornou-se, nestes últimos anos, uma das empresas mais representativas de Arcos de Valdevez, ultrapassando já as fronteiras nacionais. Qual o segredo para este sucesso?

O segredo é muito trabalho, humildade e também a ajuda dos filhos, pois sem isto a empresa não estaria como está hoje.

E a grande aposta na publicidade também acha que é um fator importante para a empresa?

É um elemento essencial no desenvolvimento da empresa, pois sem este vetor é muito difícil que qualquer negócio se desenvolva. As empresas têm de se divulgar, de aparecer para que o mercado as conheça e reconheça.

Consegue identificar um momento determinante na vida da empresa para o posicionamento que tem hoje?

Um dos momentos marcantes foi após o 25 de Abril pois houve mais ajuda, mais liberdade e deu para entrar no mercado europeu.

Para que países exportam atualmente?

Atualmente exportamos o nosso produto para a Espanha, França, Alemanha, Suiça, América e estamos a explorar a ilha da Madeira, que é Portugal mas que era um mercado no qual já queríamos entrar há algum tempo. Friso que o nosso café é importado cru e é aqui que ele é torrado, embalado e posteriormente exportado. Trabalhamos com sete lotes de café e são todos feitos aqui na empresa.

O que o motiva, verdadeiramente, enquanto empresário?

Já trabalho neste ramo há 52 anos e adoro o que faço. Posso afirmar que estou orgulhoso de ter chegado onde cheguei, e sempre gostei mais de contactar com os meus clientes em vez de estar fechado no escritório. É isso que me motiva, os meus clientes e trabalhar para a sua plena satisfação com o nosso produto.

O que é que vocês oferecem aos vossos clientes?

A Bricelta existe para o país e para o mundo, oferecemos acima de tudo um produto de qualidade em que as pessoas confiam, em três palavras posso dizer que oferecemos rigor, qualidade e confiança.

O que distingue este café dos outros?

Gosto mais que sejam os clientes a responder a essa questão.

Por onde passa o futuro da Bricelta?

Esperamos que continue a crescer e um dia gostava de ver cá os meus netos a trabalhar. Conseguimos ao longo destes anos agentes de confiança espalhados pelo mundo que compreendem a nossa filosofia e assim espero que continue.

Qual a sua opinião acerca do tecido empresarial da região, nomeadamente, das vilas de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca?

O tecido empresarial tem de estar atento às novas realidades, tem de se ir moldando e apostando na tecnologia, tem de fazer apostas bem definidas em determinadas áreas só assim o cliente sente vontade de comprar no comércio e fazer crescer a indústria da região.

Aponte algumas medidas que acha que poderiam facilitar a vida aos empresários.

Essencialmente mais apoios e menos burocracia.

Entrevista realizada em agosto de 2009