associação comercial e industrial de arcos de valdevez e ponte da barca

Sandra Esteves e César Esteves - Américo Esteves & Filhos

in Associados

"...a carpintaria é uma área que está sempre em inovação e que está na moda"

 

sandra_e_csar_estevesA empresa Américo Esteves & Filhos nasceu em 1954, no concelho de Ponte da Barca, pela mão do patriarca da família, Américo Esteves. Durante estes cinquenta e cinco anos a empresa, que se divide em três áreas de negócio, a serração, a carpintaria e o mobiliário, cresceu de forma estratégica, sempre sob a responsabilidade dos filhos do fundador alcançando grande projeção nacional e além fronteiras. Estivemos à conversa com Sandra Esteves e César Esteves, sobrinha e filho, respetivamente, de Adelino Esteves, um dos sócios-gerentes da empresa, que nos falaram um pouco mais deste negócio familiar que já vai na terceira geração.

 


Contem-nos um pouco do vosso percurso e das atuais funções na empresa.

Nós viemos de certa forma para dinamizar mais a área dos móveis, mas a partir do momento em que estamos na empresa acabamos por nos envolver um pouco em tudo, como é natural.

Tudo o que seja orçamentos quer da parte da carpintaria, quer de portas, de soalhos, de esquadrias e de mobiliário, sou eu (Sandra) que faço e trato de tudo. O César normalmente trata das compras, do agendamento da produção e da expedição do material.

 


Quantos funcionários tem atualmente a empresa?

Neste momento contamos com 42 funcionários.

 

 

Quais os desafios que se colocam neste momento?

Esta atual conjuntura económica não permite muito arriscar mas a carpintaria é uma área que está sempre em inovação e que está na moda. Os arquitetos ditam as tendências, há alguns materiais que entram em desuso, como as janelas em madeira, mas outros entram em voga como as paredes forradas a madeira por exemplo ou os roupeiros. É, por isso, uma área que cria alternativas, e como há vários produtos temos conseguido inovar e não tem sido difícil de o fazer.

 


Tratando-se de uma empresa familiar, quantos membros da família fazem parte da administração? E quem são?

A empresa é constituída por cinco sócios que são cinco irmãos e cada um tem uma responsabilidade na empresa, todas diferentes. O João e o Adelino são os responsáveis pela parte da carpintaria, o José pela parte administrativa, o Manuel pela parte da serração e o António é quem compra a madeira no monte que depois é transformada aqui.

 

 

É mais difícil gerir este negócio, precisamente por ser familiar ou é totalmente o oposto?

Tem vantagens e tem inconvenientes. Mas salientam-se mais as vantagens, uma delas é que há uma maior abertura em relação a todas as questões, tanto pessoais como administrativas e quando há algum desentendimento, como fica tudo entre irmãos, passa rapidamente.

 


Qual acham que é então a receita para o sucesso das empresas familiares?

A receita das empresas familiares é, talvez, pensar mais na empresa e menos na família, cá dentro. Têm que se encarar como sendo sócios normais, independentemente de serem irmãos, e lutarem todos para que a empresa evolua.

 

 

Quais são os obstáculos, que na vossa opinião persistem ao desenvolvimento das PME nacionais?

Por exemplo, o facto de ter de se pagar o IVA com as faturas e não com os recibos. Os apoios são muito poucos, aqui nunca tivemos nenhum, exceto na área da formação.

 

 

Acha que as PME, só por si, conseguem gerar produção e riqueza ou dependem demasiado do apoio do Estado e dos fundos comunitários para isso?

À volta de 90% das empresas portuguesas são PME e isto acho já responde a tudo, mereciam realmente mais apoios do que aqueles que há.

 

 

Entrevista realizada em fevereiro de 2009