Os 102 bancos mundiais mais importantes terão reduzido para cerca de metade o capital em falta para cumprir com o acordo de capitais de Basileia III e que estará em vigência, na sua totalidade, em 2019. 

Nessa altura, os bancos terão de garantir um rácio de capital principal de 7%, mais uma almofada de 2,5% que se aplicará às grandes entidades sistémicas.

Os resultados já monitorizados indicam que as 102 grandes entidades avaliadas – e que estão integradas no chamado Grupo 1 – reduziram a sua falta de capital para metade, desde dezembro de 2012 até junho de 2013, para 57,5 mil milhões de euros, tendo como objetivo o referido rácio de sete pontos percentuais.
Para contextualizar este valor, o comité de Basileia recorda que as referidas entidades tiveram um resultado líquido de 456 mil milhões de euros. O seu rácio core Tier 1 era de 9,5%, no passado mês de junho.

Quanto aos outros 125 bancos, estes integrados no Grupo 2, tinham, também em junho, uma falta de capital de 27,7 mil milhões de euros. O valor é ligeiramente superior ao que se verificava em dezembro passado, sendo que o comité ressalva que o recuo se fica a dever à atuação de alguns (poucos) bancos. As entidades do grupo dois tinham um rácio médio de capital de pouco mais de 9%, sendo que o resultado líquido foi de 26 mil milhões de euros, no mês de junho.

Estas indicações decorrem dos resultados da nova fase de monitorização de como os bancos se estão a preparar para cumprir com o Basileia III. O novo acordo sobre capital bancário começou a ser aplicado desde janeiro. No entanto, a sua aplicação terá lugar de forma progressiva até 2019, devendo então atingir os indicadores definidos pelas autoridades bancárias. O que se pretende é evitar insolvências e, sobretudo, crises de caráter sistémico no setor financeiro.

Fonte: www.vidaeconomica.pt, 14 de março de 2014