Há aproximadamente 1 milhão de jogadores em Portugal.

Nas últimas semanas muito se tem falado no jogo Pokémon Go. Todas as publicações abordam o tema e veem-se cada vez mais pessoas a sair de casa e a andar atrás destes pequenos seres virtuais que tem contagiado tanto os mais novos como os mais velhos. Os Pokémons saltaram da televisão e das consolas para os telemóveis e estão a contagiar Portugal e o mundo.

O que é e como funciona este jogo?

O Pokémon Go é um jogo para smartphones de realidade aumentada (a integração de informações virtuais a visualizações do mundo real), que faz uso da câmara do dispositivo e do GPS para capturar, batalhar e treinar as criaturas virtuais, chamadas Pokémons, ou em português pequenos monstros, popularizados a nível mundial da série de jogos, episódios de televisão e filmes estreados em 1996 e 1997, respetivamente. O jogo está a ser lançado por fases desde o dia 6 de julho e chegou ao nosso país e à Europa dia 13 de julho e já conta com 40 milhões de downloads a nível mundial. É jogado por uma diversidade de faixas etárias, principalmente dos 20 aos 40 anos, está ligado à nostalgia criada pela saga e não é de todo reservado só às crianças, tendo a aceitação mundial do jogo excedido todas as expectativas do grupo de empresas que o criou.

Os benefícios do jogo particularmente para os negócios

Como esta aplicação leva as pessoas a deslocaram-se pelas cidades e vilas, traz também benefícios para a saúde, pois promove a mobilidade. A socialização criada pelo jogo é também um fator a salientar, um professor de psicologia clinica da Universidade de Oxford afirma que o Pokémon Go aumenta e traz benefícios para a saúde mental dos jogadores.

Esta aplicação abriu portas a um novo tipo de turismo em que as pessoas podem conhecer a nossa terra pelos marcos do jogo e é uma outra forma (bem diferente) de conhecer as riquezas dos nossos concelhos. Como é um fenómeno mundial, espere ver pessoas de outros países a apontar o smartphone a pontos históricos e a percorrer as ruas principais a caçar Pokémons. Os marcos estão por norma concentrados nos centros históricos e são mais raros nas periferias. A distribuição de Pokémons varia conforme a área geográfica, nas vilas existe uma maior concentração de diferentes espécies de Pokémons comparativamente às cidades e vice-versa, o que impulsiona o intercâmbio das populações.

Para os comerciantes dos centros históricos, este aumento de afluência de pessoas é uma mais-valia pois pode converter-se em potenciais clientes e esta tendência promete aumentar nos próximos meses.

Tem havido um aumento de negócios criados em torno deste jogo e têm sido também criados postos de trabalho. Ser criativo e saber aproveitar esta “Pokémania” pode-se converter em ganhos, a verificar por alguns exemplos de negócios já criados:

- Negócios a publicitar os Pokémons presentes nos estabelecimentos como forma de atrair clientes;

- Táxis que param nos pontos que os jogadores pretendem;

- Tours de Pokémons, autocarros turísticos que levam os jogadores pelas cidades e vilas aos pontos relevantes;

- Hotéis com cicerones para ajudar os hóspedes a encontrar Pokémons e fazer visitas guiadas;

- Seguradoras que já fazem seguros especiais para jogadores de jogos de realidade aumentada;

- O Museu da Presidência recorreu ao Facebook para informar que havia um Pokémon perto do retrato do antigo Presidente Teófilo Braga e quem quisesse apanhá-lo só teria de comprar o bilhete e aproveitar o espaço.

O fenómeno do jogo e o seu cruzamento com a realidade

Embora o lançamento do jogo tenha ocorrido há relativamente pouco tempo, rapidamente se tornou um fenómeno que tem levado milhões a deslocarem à procura dos Pokémons e está, constantemente, a ser referenciado nos jornais, televisão e internet. Esta popularidade massiva tem resultado em vários aspetos positivos, desde a criação de uma comunidade de jogadores que partilha o interesse pelo jogo e socializa enquanto apanham os pequenos monstros. Dentro do jogo existem dois tipos de marcos virtuais chamados de PokéStop onde os jogadores encontram as Pokébolas, o dispositivo que permite capturar os Pokémons e outros itens, e os ginásios onde há as batalhas entre jogadores. Estes marcos estão espalhados pelas localidades em pontos de referência histórica ou de relevo, e estão marcados no mapa virtual para coincidir com o mundo real. Estes marcos têm levado a um aumento de afluência aos negócios próximos, a parques nacionais, museus e outros locais. Contudo, alguns cuidados devem ser tidos em conta no uso desta aplicação, visto que a utilização da câmara e a atenção permanente que se dedica ao ecrã dos smartphones, pode levar a alguns descuidos e por esse motivo a Polícia de Segurança Pública já divulgou alguns conselhos para um uso correto do jogo em segurança.

Embora esta “febre” possa ser temporária, pelo menos este verão a tendência será haver cada vez mais pessoas a utilizarem a aplicação e, desta forma, a visitarem novos locais e a descobrirem novas riquezas, sem dúvida, uma oportunidade para as empresas tirarem proveito de um “simples” jogo e converterem-no num aliado ao seu negócio. Esperamos que as empresas de Arcos de Valdevez e de Ponte da Barca possam tirar partido desta ideia para desenvolverem os seus negócios.

Referências bibliográficas

https://en.wikipedia.org/wiki/Pokémon_Go

https://www.dinheirovivo.pt/buzz/psp-cria-manual-de-seguranca-para-caca-aos-pokemons/

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/tecnologias/detalhe/pokemon_go_um_sucesso_de_milhoes_e_lusos_tentam_ganhar_uns_trocos.html