“Acredito que se deve arriscar mas o risco tem de ser medido e analisado”
Carlos Barros é proprietário e gerente da Cervejaria da Vila, situada em Ponte da Barca, estabelecimento que abriu há 4 anos. O facto de ser amante do clube Sporting de Braga fez também com que este café fosse “Núcleo de Braga”. Empresário jovem e ativo, detentor de dois negócios nesta área, gosta de arriscar mas admite que “o risco tem de ser medido e bem estudado antes de avançar”.
Porque é que a Cervejaria é também Núcleo de Braga?
O Núcleo nasceu porque sou sócio do Braga há muitos anos, e quando abri o café também patrocinava uma equipa de basquetebol do Braga, no fundo, estavam reunidos um conjunto de fatores que foram os condutores de todo este processo. Na altura, estiveram presentes na inauguração a direção do Braga e muitos jogadores, foi um momento para recordar.
Qual o papel do Núcleo?
De uma forma muito simples, o que se pretende com o Núcleo é a angariação de sócios, promoção a vários níveis da equipa, nomeadamente, através de instrumentos de marketing, merchandising e a venda de bilhetes.
Qual é a imagem de marca desta cervejaria?
Penso que o que mais distingue esta casa é a francesinha especial, que faz com que muitos clientes venham cá propositadamente para repetir ou então para provar, porque já ouviram falar.
Qual a maior dificuldade na sua gestão?
Penso que é a dificuldade de todos os estabelecimentos neste momento, a crise, embora não se ressinta a nível de clientela que, neste caso, continua a ser a mesma, sente-se no consumo, há, sem dúvida, uma grande redução.
Sendo gerente de um estabelecimento há já quatro anos, qual é a recomendação que dá aos novos empreendedores que queiram ingressar neste ramo?
Principalmente, e acima de tudo, que sejam otimistas e que tenham coragem, para além disto, é claro que é necessário outros fatores, como capital e uma análise de mercado para ver se realmente o negócio é viável ou não. Acredito que se deve arriscar mas o risco tem de ser medido e analisado.
Ser empresário em Ponte da Barca é gratificante?
Sim, não tenho razão de queixa até ao momento. Gosto de Ponte da Barca e gosto da forma como se vivem as tradições e se fazem perdurar durante anos.
Recorda-se de algum momento mais engraçado que a marcou desde que aqui trabalha?
Talvez quando estiveram cá os jogadores do Braga, pois foi no dia da inauguração e apareceram de surpresa, eu não sabia de nada e claro que foi um momento de grande felicidade.
É associado da ACIAB desde que abriu este negócio, em que medida é importante este tipo de associativismo?
É importante por diversos motivos, desta forma, temos acesso a muita mais informação, e é possível, de forma cómoda e fácil, ficar a par de legislação importante na nossa área de atuação. A Associação oferece também formação em várias áreas, o que hoje em dia é crucial para adquirir e atualizar conhecimentos e também é obrigatório para cumprir as 35 horas anuais de formação. Paralelamente, há um conjunto de instrumentos a que se tem acesso de apoio às empresas, nomeadamente, programas específicos para as PME e há a possibilidade de concorrer a projetos de reestruturação das empresas, com o objetivo de inovar nos recursos e nos meios e aumentar largamente a competitividade.
Até ao momento que benefícios teve em ser sócio da ACIAB?
Muitos, a vários níveis, dos quais destaco o último projeto que a ACIAB está a desenvolver nesse sentido, com o espaço que tem na rádio para promover os seus associados e os respetivos negócios. Penso que é uma iniciativa louvável e que traz frutos para as empresas pois divulga e promove os seus estabelecimentos de forma gratuita.
Entrevista realizada em agosto de 2010