Imprimir

José Vieira e Orlando Vieira - Silva Vieira & Irmão, Lda.

in Associados

“…não estamos aqui apenas para vender mas também para resolver os problemas com que se vão defrontando no dia-a-dia pois ninguém vende eletrodomésticos isentos de avarias”

 

silva_vieiraJosé Vieira e Orlando Vieira são proprietários do estabelecimento “Silva Vieira & Irmão, Lda.” Estes dois irmãos gerem em conjunto, desde 1985, o negócio de Comércio a Retalho de Eletrodomésticos e Serviços Técnicos, situado na Rua António José Pereira, em Ponte da Barca. Regem-se pelo princípio de que os clientes devem estar no centro das preocupações das empresas e acreditam que o know-how adquirido ao longo de 27 anos lhes dá maior vantagem para ir de encontro às expectativas e necessidades dos seus consumidores.

 

 

 

Como caracteriza o seu cliente?

Os nossos clientes refletem a realidade social deste concelho. Vivemos num meio onde o poder de compra não é dos maiores e isso torna difícil, a um negócio deste tipo, vender artigos das chamadas gamas altas. Mas em particular os mais jovens são clientes exigentes que já utilizam as novas tecnologias de informação, o que os torna atualizados e conhecedores das melhores opções de compra existentes no mercado. Esta é também a oportunidade para deixar aqui o nosso agradecimento a uma clientela de gente séria e cumpridora dos compromissos que assume, que nos merece a mais alta consideração e apreço, esperando que continuem a dar-nos a sua preferência.

 


O que distingue esta loja em relação às outras?

Desde logo, interessa separar aqui as lojas do comércio local dos grandes espaços que vão nascendo como cogumelos pelo país. É verdade que, pontualmente, os clientes encontram aí alguns preços, aparentemente, muito atrativos. Mas também depressa se apercebem que lá, não só os serviços como tudo o que é opcional ou extra se pagam a peso de ouro e que, afinal, o ganho não passa de uma mera ilusão. Da nossa parte, é-nos grato, sobretudo, realçar o facto de, passados estes anos, mantermos uma clientela sólida da qual muito nos orgulhamos e que sabe que não estamos aqui apenas para vender mas também para resolver os problemas com que se vão defrontando no dia-a-dia pois, como é sabido, ninguém vende eletrodomésticos isentos de avarias. Os clientes devem estar no centro das nossas preocupações e isso obriga-nos a um atendimento simpático e personalizado, em que não pode faltar uma informação séria e rigorosa que vá de encontro às suas necessidades e exigências. Finalmente, de salientar o facto de, aqui chegados, termos hoje um know-how adquirido ao longo de 27 anos nos permite estar melhor habilitados a conhecer as marcas e os produtos que, pela sua relação qualidade/preço, melhor servem aqueles que nos procuram.

 

 

Como analisa o estado atual do sector no nosso país?

Em Portugal, diferentemente do que se passa no resto da Europa, instalou-se uma autêntica selvajaria comercial que não é apenas típica deste sector. Há hoje uma vastíssima variedade na oferta a qual, em algumas regiões do país, chega mesmo a ser excessiva. Aliando esse fator à instabilidade resultante da crise económica em que se vive, assiste-se a um visível esmagamento das margens de lucro e isso tem consequências gravosas principalmente para o pequeno comércio local. Sem dúvida que a proliferação das grandes cadeias comerciais se assemelha a um polvo que, de certo modo, nos vem asfixiar mas isso pode ser contrariado com alternativas que, como a nossa, se afirmam pela diferença. Nesse sentido, a palavra de ordem deve ser a da requalificação técnico-profissional de quem trabalha e emprega bem como a requalificação dos espaços comerciais, tornando-os mais atraentes e funcionais. Mas não quero deixar passar esta oportunidade sem assinalar aqui a forma desigual com que numa mesma localidade, são tratados os grandes interesses económicos versus o pequeno comércio local. São visíveis as facilidades de instalação e de acessos de que gozam os primeiros, enquanto no interior das localidades, aos pequenos comerciantes, são impostas toda a sorte de limitações que afastam a clientela, por não poderem, calmamente, fazer as suas compras. E elas são as que resultam das dificuldades impostas ao estacionamento, cada vez mais proibido e onerado, ou as que derivam da subtração de espaços onde antes havia estacionamento e que agora estão reservados a esplanadas e passeios. Tudo isto, sem que sejam criadas alternativas e fazendo tábua rasa dos direitos de quem, há anos trabalha, gera emprego e vem pagando os seus impostos.

 

 

Alguma vez pensou em expandir o negócio para localidades vizinhas?

Em resposta a essa pergunta, direi que é uma questão em aberto que não está, definitivamente, afastada dos nossos horizontes. Aliás, chegamos mesmo a pensar que já o deveríamos ter feito. Temos clientes noutros concelhos e pensamos que ainda haveria margem de manobra para justificar um alargamento da nossa atividade. Mas o momento não está para grandes aventuras e impõem-se algumas cautelas.

 

 

Que balanço faz deste ano que passou?

O ano de 2009 tem sido um ano difícil em que, apesar dos indícios de alguma retoma, ainda se fazem sentir os efeitos do arrefecimento da economia. Os clientes estão cautelosos e evitam gastar dinheiro em produtos muito caros. Por outro lado, Ponte da Barca é um concelho onde são escassas as oportunidades de emprego, e isso traduz-se numa, cada vez maior, sangria de habitantes rumo a outras paragens onde possam ganhar a vida. Mas temos sabido adaptar-nos às dificuldades, temos sido capazes de fazer uma gestão rigorosa e responsável e podemos afirmar que nos encontramos numa posição suficientemente sólida e confortável para poder enfrentar o futuro com esperança e otimismo.

 

 

Entrevista realizada em dezembro de 2009