“…a ACIAB pretende mover-se indo sempre de encontro ao Associado e adaptando-se aos diferentes contextos…”

Paulo Dias é sócio-gerente da empresa de contabilidade “Paulo Dias Contabilidade”, e paralelamente, acumula o cargo de Vice-Presidente da direção da ACIAB. Começou a trabalhar com o pai aos 15 anos de idade e dele herdou o sentido de rigor, profissionalismo e exigência. Durante uma breve conversa deu-nos a conhecer um pouco mais de si, da sua empresa e apontou alguns entraves que poderiam ser alterados para ajudar as empresas, principalmente, durante este período conturbado.

Que balanço faz até ao momento, enquanto vice-presidente da direção da ACIAB?

Neste momento ainda não dá para fazer uma grande retrospetiva porque estou apenas há 8 meses na ACIAB. Já deu para ficar por dentro do que é a Associação, do seu plano de abrangência e do vasto trabalho que desenvolve e até agora tem sido extremamente positivo cá trabalhar. Estou sempre disponível para ouvir os empresários, aquilo que os aflige, as suas criticas e sugestões pois é nesse sentido que a ACIAB pretende mover-se, indo sempre de encontro ao Associado e adaptando-se aos diferentes contextos de forma dinâmica.

Que forças o movem enquanto membro associativo?

O facto de neste momento estar envolvido na Associação foi a realização de um sonho de menino. Já em tempos tinha tentado criar uma Associação empresarial em Ponte da Barca mas não chegou, por vários motivos, a ir avante. Entretanto, surgiu o convite para fazer parte de uma lista, neste mandato e eu aceitei com todo o gosto.

Considera que o desenvolvimento do Comércio com Identidade (comércio tradicional) depende mais da alteração dos hábitos do consumidor ou da postura do próprio comércio?

Acho que depende dos hábitos dos consumidores. As grandes superfícies são concorrentes do comércio mas estão bem apoiadas num Plano de Marketing que no fundo ilude as pessoas. O que poderia ser feito para mudar este cenário seria as pequenas empresas terem maior poder de compra, investir mais em marketing tornando-o mais agressivos pois é ai que as grandes superfícies tomam muita vantagem.

Aponte algumas medidas gerais que na sua opinião que poderiam facilitar a vida aos empresários.

Baixar os impostos e baixar a Segurança Social, este seria um bom ponto de partida pois isso aflige muito as empresas. Outras medidas que ajudariam seria acabar com os pagamentos por conta, diminuir o IRC e diminuir o IRS, o que contribuiria para dinamizar a economia. A nível de criação de postos de trabalho deveria haver mais incentivos. É também nestes pontos que as Câmaras Municipais e as Associações devem ter o papel de intervir, fazendo força para que certas coisas mudem.

É também proprietário de um Gabinete de Contabilidade. Há quanto tempo existe?

Este Gabinete foi aberto com o nome que tem hoje, “Paulo Dias Contabilidade”, em 1996. Anteriormente fui sócio de um gabinete de contabilidade e de uma empresa de construção mas atualmente tenho apenas este negócio.

Gosta de arriscar nos negócios?

Gosto. Tudo o que aprendi na vida não foi na faculdade mas com o meu pai. Todo o conhecimento que tenho acerca do que é o negócio foi o meu pai que mo passou, funcionou como um professor para mim, era exigente comigo e hoje agradeço por isso. Mostro um exemplo: quando trabalhava com ele, se ao final do dia faltasse um escudo na caixa tinha de o pôr do meu bolso.

Quais os desafios que se colocam neste momento para esta empresa?

Manter os postos de trabalho das 5 pessoas que trabalham aqui, incluindo-me a mim, pagando-lhes atempadamente e, para além disto, tentar gerir da melhor forma tudo o que está intrínseco ao negócio.

Entrevista realizada em outubro de 2009